Diante dos desafios cada vez maiores, empresários e comerciantes precisam se reinventar para permanecer com suas empresas físicas abertas e faturando diante do constante avanço dos mercados digitais. Talvez, a regra agora seja criar experiência e coexistir em ambos espaços

Como era no passado (não tão distante assim)....
Não faz muito tempo, a nossa única forma de saber sobre o lançamento de um carro, produto de beleza, novidades da moda era através das propagandas da TV, das revistas e dos jornais. O rádio era nosso meio de comunicação onde mais tínhamos uma pequena chance de participar e até, quem sabe, opinar sobre algo. Claro que essa época é clara na mente das gerações nascidas antes dos anos 2000. Quando tudo era analógico e os telefones eram grudados na tomada. Ainda me lembro do barulhinho da conexão discada da internet, lógico que a conexão era feita depois da meia noite para o pulso ser mais barato.
Antes, éramos apenas expectadores passivos das notícias e propagandas que dominavam os intervalos comerciais na telinha. E que propagandas! Umas mais icônicas que as outras. (Qualquer dia, faço um compilado aqui das melhores, na minha opinião. Já deixa a sua propaganda favorita nos comentários).

Tínhamos acesso apenas aos produtos, mercadorias e novidades que podíamos assistir na TV ou ver o anúncio de página dupla abrindo a edição de uma revista badalada.
Por falar em revista, Edições da Elle, Vogue, Cosmopolitan eram verdadeiros objetos de desejo dos aficionados por moda. Suas páginas, principalmente da Vogue (o que ainda hoje o é), ditava as tendências de moda não só do ano corrente, mas dos seguintes também. Qual menina ou adolescente dos anos 90 não esperava ansiosamente pela nova edição da revista Capricho para fazer os famosos testes ou os apaixonados por música ficavam na expectativa para saber quem estamparia a capa da Rolling Stone na edição seguinte. Nos negócios, as novidades dos setores vinham através das longas reportagens das revistas Isto é, Exame, Você S.A. Já as páginas amarelas opinativas da Veja eram leitura obrigatória de quem queria estar bem informado e saber a opinião de especialistas. Os colunistas eram muito mais do que contadores de histórias, eram verdadeiros influenciadores da opinião pública.
Sei que romantizei um pouco as linhas acima. Mas como uma pessoa que viveu tudo isso, me deu um certa nostalgia escrever sobre esse tempo. Era tudo mais lento, parecia que tínhamos mais tempo para as coisas, ou menos coisas para se preocupar no tempo que tínhamos.
Mas, de uma hora para a outra, tudo mudou.
Mudança de tela... e de comportamento

É, na verdade, não foi de uma hora para outra, mas foi uma mudança muito rápida, num ritmo muito mais acelerado do que aquele que estávamos acostumados.
Surgiam os grandes portais de notícias, como o Universo Online, O Yahoo trazendo notícias do Brasil e do mundo compilados em uma única tela, sem intervalos comerciais, apenas banners digitais piscando uma oferta. Passamos a ter acesso a informações muito antes de os noticiários trazerem seus "furos de reportagem". Alias, a internet derrubou esse conceito.
De repente, as pesquisas não eram feitas mais nas páginas amarelas da lista telefônica, nas bibliotecas ou na Barsa, mas sim, no Cadê (antecessor do Google). Passamos a aguçar nossa curiosidade fazendo pesquisas aleatórias nos mecanismos de buscas digitais e tendo acesso ao que acontecia em cada canto do mundo. Os muros cederam e as pontes digitais foram construídas.
Com a chegada das formas digitais de conexão, as cartas deixaram de ser escritas, o que tínhamos de mais expresso em termos de correspondência era o telegrama que deu seu lugar ao e-mail. Os celulares já existiam e estavam cada vez mais modernos com seus processadores que faziam muito mais do que uma ligação. Agora, se conectavam à internet e enviavam mensagens de texto em apenas um clique.
E aquele amigo ou parente distante ficou mais perto. O ICQ conectava pessoas que não mais precisavam discar no Disk Paquera pelo telefone fixo. O Messenger tremia a tela quando você não dava atenção ao seu interlocutor. As redes sociais começaram a surgir, as conexões ampliaram de forma exponencial.
O mundo não era mais o mesmo. Anônimos começavam a se tornar famosos do dia para noite, bastava fazer algo engraçado ou ser filmado por alguém com um celular que agora, ligava, mandava mensagem, conectava na internet, tirava foto e gravava vídeo - os smartphones. Um escritório completo compactado na palma da mão.
A partir do momento em que os meios de comunicação deixaram de ser os grandes detentores da informação e da publicidade (leia-se TV, rádio, jornal e revistas - meios de comunicação de massa) e se popularizaram através da internet e da evolução dos smartphones, a forma de se comunicar mudou radicalmente.
Antes éramos passivos à informação que nos chegava. Hoje, somos produtores e consumidores em larga escala dessas informações. Hoje, temos oportunidade de questionar, optar, opinar, selecionar e excluir informação. Ela muda tudo!
Mas a grande questão é: Como as diferentes gerações estão lidando com essa sobrecarga informacional e como ela impacta (positiva ou negativamente) no cotidiano de cada um?
Nunca se viu tanta informação simultânea e tanta desinformação ao mesmo tempo. No afã de propagar a notícia, como um repórter ansiava pelo "furo de reportagem" no passado, pessoas compartilham informações incompletas, equivocadas, sem checagem. Eis a Fake news. Algo do nosso tempo.

Já no mundo dos negócios. Empresas físicas que simplesmente vendem produtos estão perdendo seus espaços para os grandes marketplaces digitais - Shoppe, Mercado Livre, Amazon e por aí vai. Na minha opinião, qual o problema!? Querer vender como se vendia no passado! Apenas o produto. Isso mudou. O potencial cliente não compra produto, compra solução, compra desejo, compra experiência, compra diferencial.

As marcas precisam, cada vez mais, encontrar a forma de despertar o desejo do cliente através de uma experiência única de compra para fazer valer a saída do conforto de casa. Senão, se for só pra comprar um produto, basta dar 2 cliques na tela e a campainha toca horas ou dias depois. Quando alguém sai de casa para comprar, ele já pesquisou, já viu review, já comparou preços e marcas. O comprador já tem uma ideia formada na cabeça do que precisa ou deseja.
O que vai diferenciar uma marca da outra é o atendimento!
Como essa empresa recebe esse cliente? Como ela conduz o relacionamento de compra? Como ela faz o cliente percorrer a jornada até o caixa?
A concorrência é gigantesca e nunca foi tão imperativo estar de olho no concorrente. Um comentário positivo no Google sobre uma empresa é bom, atrai novos clientes. Mas um comentário negativo, hummm... leva tempo e estratégia de marketing para se restaurar a reputação da marca.

Enfim, em tempos de comunicação com pontes no lugar de muros e a conexão total e irrestrita, pensar no time como uma engrenagem já não é eficaz. Pensar nos colaboradores como indivíduos, detentores de informação ou até mais conhecimento que o líder (veja que não usei os termos padrão, chefe e empregado) e valorizá-lo é a forma de se relacionar com esse novo mercado. Antes, pesava-se no negócio. Hoje, quem não pensa no cliente como centro, está fadado ao ostracismo e ao "baixar de portas". E digo mais, empresas que relutam em ter presença digital (redes sociais de forma profissional trabalhando com o algoritmo e, principalmente, um site da marca), não existem no mercado atual. Boca a boca funciona, mas o impacto de visibilidade do digital democratizou e amplificou a divulgação de produtos e serviços. A forma de fazer negócios e vender produtos e serviços mudou com a influência do digital na vida das pessoas
Enfim, novos tempos, novas estratégias, novas formas de se relacionar.
Agora, comenta aqui o que achou e aproveita e compartilha com seu amigo que precisa fazer essa viagem através do tempo da comunicação! Me segue lá no instagram @fabianacunhajornalista
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